À estrela polar sul da nação.

Ao olhar este planalto central, seus modernos edifícios, suas ruas sem nome e matemática única, entra-se em um paradoxo de ódio e admiração que só os brasilienses podem confirmar. O cotidiano da capital, inúmeras vezes, nos faz dela ficar indignado, seja pelo Governo do Distrito Federal, que sai administração, entra administração, continua a nos fazer de palhaço, seja pela alta burguesia da cidade, que consegue ser desmesuradamente nojentíssima, usando ainda aquele velho jargão do "você sabe com quem esta falando", andando com seu nariz empinado ou a escravidão que temos do funcionalismo público, contudo, Brasília nos propõem uma enorme admiração em ações tão triviais, como dirigir no eixo monumental, em meio do entardecer, descendo do memorial JK ao Palácio do Planalto, algo gratificante por si só. Dentro, portanto, desta dicotomia entre amor e ódio, o documentário "Rock Brasilia", em cartaz e que ontem tive o privilégio de assistir, tende só a reforçar e , particularmente ao meu ver, aquele em detrimento deste.
O documentário da santíssima trindade do Rock Brasiliense : Plebe Rude - Legião Urbana - Capital Inicial , que também contava com a participação dos Paralamas do Sucesso, muito embora sua formação seja bem mais carioca, mostra como Brasília era amada, de forma que hoje pouco se encontra e que nossos jovens da Colina viveram numa cidade onde eu daria tudo para viver. O engajamento político que a capital tinha naquela época era algo admirável, o aparecimento do aborto elétrico demostra muito isso, sendo uma pena cada vez mais as pessoas se afastarem do tema, julgando-o chato ou irrelevante. Fato é, que a vida de Brasília nas décadas de 70 e 80 era viva! Ninguém ficava fechado no seu próprio individualismo e o florescer de ideias e encontro de amizades era algo completamente natural, não uma atitude, beirando a burocratização, que faz com que a convivência com nossos amigos se mantenha. Seria pedir demais sair para fazer programas inusitados ou de última hora sem que isto lhe desgaste, sem que as pessoas fiquem no "ah nem" e recusem-se a ir pela pura intenção de não ir ? Aonde está a falta de julgamento ? O velho vamos ver no que isso vai dar. As pessoas acomodaram-se no seu próprio ócio e hoje os brasilienses fazem religiosamente os mesmos programas ! Naquela época, Brasília era outra. A vida da geração coca-cola demostrava o quanto esta cidade e eles tinham para mostrar. Escutar as entrevistas do Renato Russo durante todo o documentário era algo excepcional. Ele podia ser estrelinha ou qualquer coisa assim, mas era um cara diferente, era alguém que valia a pena ter conhecido.
Assistir ao documentário é algo que julgo essencial aos brasilienses. Notar como era a geração que viveu no planalto antes da gente. Perceber o quanto, talvez, tenhamos entrado num comodismo, parado de pensar, começado a odiar a cidade, quando se vê o quanto ela ainda pode crescer por nossas mãos. A vida em Brasília e muito mais viva do que apenas o Pier 21, o pontão, a Moena e o Park Shopping ! Principalmente, muito além da cidade da corrupção. Nosso silêncio em relação a isto só faz reforçar nossa fama nacional.
Não devemos ter de retroceder, desesperadamente, a uma Brasília punk-rock, para buscar alguma existência, quanto esta ainda pode possuir. Inquestionavelmente, pode ser uma cidade de contrastes e torta, mas já diria Nicola Behr: " Nem tudo que é torto é errado, veja as pernas do garrincha e as árvores do cerrado."

Um dos deuses mais lindos

Compositor de destinos, Tambor de todos os rítmos, Tempo tempo tempo tempo, Entro num acordo contigo, Tempo tempo tempo tempo...
Parece que foi estes dias e nitidamente me lembro do discurso na colação de grau do Centro Educacional Sigma há três anos, feito pela Roberta Martins, grande amiga, não só de mim, mas de muitas pessoas de quem era próximo e ainda sou, principiando com estas mesmas palavras. E quão bem foi escolhido o trecho para o início de seu discurso, "Oração ao tempo", muito intrigante. Digo isto, porque de fato o compositor de destinos nos mostrou uma história e tanto neste passar dos anos, de 2009 para cá. História esta que duvido que ninguém, que estava comigo naquela festividade, não tenha parado pra pensar. Eu, particularmente, sou suspeito pra falar e quem me conhece sabe que sou uma pessoa extremamente saudosista e apegada ao passado. Não creio que isso me atrapalhe a viver o presente, mas de fato tenho nas coisas vividas uma admiração e por isto mesmo estive morrendo de vontade, já tem dias, de escrever este post. Quanta coisa mudou! É tão engraçado falar disto! Bicho como tudo mudou de lá pra cá ocorrendo coisas que eu nem pensava que fossem acontecer... Logo depois do final daquele ano, várias pessoas sumiram, e não tardou para o tempo acelerar o processo. No início de 2010 eu entrei num cursinho de pré-vestibular e como aquele ambiente tinha tudo, mas tudo pra ser o inferno da minha vida! Não obstante sua tentativa, foi plenamente o oposto. Hoje em dia a coisa que mais tenho prazer e de me reunir com aquele pessoal e principalmente relembrar tudo aquilo que aconteceu! Minha namorada que o diga! Já sabe de cor todas as histórias. Aliás, ela mais que ninguém foi algo completamente inesperado na minha vida que hoje dela já participa mais de 90%. Eu nunca ia imaginar que uma menina que fala "PoRRRta", que veio do interior de Minas Gerais, foi estudar num cursinho de Brasília, conheceu meus amigos e veio de penetra na minha festa de aniversário ia hoje ser a companheira com que faço oito excepcionais meses de namoro no dia 18 deste mesmo mês, mas nunca que eu ia imaginar! E olha que foi uma das coisas que mais tem me feito bem nestes últimos tempos, principalmente por tudo que a gente viveu e ela me acrescentou, a ponto das pessoas falarem da gente. Embora hoje acredite que nos achem um casal muito meloso, mas eu nem ligo! hauehauehuaheuhae afinal, vai dizer que isso não é bom ? Aquele período do cursinho, em toda sua plenitude, foi essencialmente muito bom! O ano ainda acompanhou a minha ida, meio "brinks" pra São Paulo, em que eu pude ficar muito feliz com o carinho dos meus amigos que sempre estavam lá botando o papo em dia comigo, querendo saber das novidades, daqueles que vieram se hospedar aqui para irmos ao SWU e principalmente com o carinho e a companhia dos meus avós, minhas primas e minha tia, que vale ressaltar deve tá achando que eu sou um desnaturado porque voltei pra Brasília e nunca mais dei notícia direito pra ela. Mas isso não é verdade não viu tia! Te amo e tô com saudades! = P Haha. Foi uma oportunidade única conhecer sampa e cresci muito, quanto pessoa, morando lá. Não se pode esquecer também que ano passado foi a primeira vez que eu e muita gente, incluindo eu, foi votar e isso é bem engraçado, eu mesmo acho que levei as coisas até um pouco muito a serio! Este blog é testemunha. Porém, muito além de tudo isto, o tempo tem sido um participante positivo e ao mesmo tempo maldoso até então e as fotografias estão ai para provar isto. Sendo que agora podemos sair um pouco mais da minha vida e focar sobre o próprio leitor, que deixa o post muito mais interessante, diga-se de passagem, do que ficar aqui exaltando a minha vida. Ao olhar as fotos de , três, dois, um ano, seis meses atrás, quem não sente uma nostalgia? O passado, muitas vezes, além de alegre é algo que dói e dói porque aquele velho clichê de que "Nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia" é muito verdade! Eu tenho fotos de lugares onde talvez nunca mais volte, de pessoas que nunca mais, com elas, tirarei uma foto e muitos tem fotos com pessoas que nunca mais em fotos com elas apareceram. Eu vim a pensar numa situação em que três pessoas nunca mais se reunirão para tirar uma foto, como a que pensei. Em muitos casos, as pessoas mudam, o que faz as fotografias eternizarem porra nenhuma. Meio triste isso não? É complicado lembrar do passado e ver que o presente se faz sem muitas pessoas que você julgava importantíssimas, ou cuja a importância hoje restringi-se a um oi meio tosco ao se depararem na rua. É curioso ver como o tempo nos pode ser tão paradoxal em várias ocasiões, nos provocando sorrisos marotos ao lembrá-lo ou gargalhadas e conversas no banheiro (meu caso), mas ao mesmo tempo te dá aquela pontada seca no peito. O vai e vem das coisas nos amadureceu ? Não poderia ter nos desiludido ? Filosofar sobre o tempo, sem dúvida e algo muito bacana, ao mesmo tempo que sem nexo e meio louco. Isto me faz lembrar a discussão, presidenciada pelo meu amigo, Pedro Barros, lá no Giraffas com minha namorada e meus amigos, sobre este feliz doutrinador das nossas vidas. Como a gente saiu meio atordoado daquele almoço! Tens de concordar, caro leitor, em especial se desta parte de minha vida faz parte, que estes últimos tempos tem sido muito curiosos! Amigos se foram, pessoas novas chegaram, e algumas invadiram suas vidas e hoje você não consegue viver sem elas, situações inusitadas aconteceram, "Eu nunca" com os amigos fez você ficar de queixo no chão com as coisas que ouvia e hoje você ri do que pensava e falava no passado. Peço desculpas pela pouca elaboração do texto, mas tenho de jogar a culpa na falta de prática em virtude do quão pouco escrevi aqui este ano. Contudo, tendo deixar aqui aquilo que quero passar com tudo isso: Em quanto todo o presente era aquilo que se imaginava, quando se estava no auge de pensar no futuro ?

Ao épico fim de uma era...

O último vestígio de vapor se dispersou no ar de outono. O trem fez uma curva, a mão erguida de Harry ainda acenava adeus. " Ele ficará bem." Murmurou Gina. Ao olha-lá, Harry baixou a mão distraidamente e tocou a cicatriz em forma de raio em sua testa. "Sei que sim." A cicatriz não incomodava Harry nos últimos dezenove anos. Tudo estava bem.
É... Acabou. Dá pra acreditar ? A febre que moveu a geração jovem atual, a nossa geração, chegou ao fim. Sem prejuizo de sentido, pode-se dizer que muitas pessoas agora devem ter falado a mesma coisa que os fans de Star Wars depois de assistirem O Retorno de Jedi : "Agora já posso morrer."
Extremamente emocionante. Quem não sentiu uma nostalgia na última cena do Relíquias da Morte parte 2, com aquela musiquinha tema? Foda. Eu pelo menos, lembrei direitinho de quando tinha 9 anos e acabará de assistir A Pedra Filosofal, coincidentemente, no mesmo cinema.
Pois exatamente ai que está o ponto. A tragetória dos livros e filmes acompanharam a gente desde moleque! Muitos, acredito eu, até começaram a procurar os livros da história, depois de ver um ou dois filmes da série. Quem dos fans atuais já havia lido a Pedra Filosofal, antes mesmo do primeiro filme? Vai ser difícil ver que no próximo ano, não terá um filme do Harry Potter, que todos os outros anos tiveram... Agora o engraçado disso tudo, foi que a produção dos filmes rendeu tanto dinheiro, tanto público, tanto lucro, que virou, nos últimos anos, uma corrida maluca, para fazer filmagens baseadas em livros fantasiosos, o que foi um desastre! Praticamente todos este filmes, mal sairam do primeiro da série. Foi o caso de Eragon, A Búlsola de Ouro, Percy Jackson e o Ladrão de Raios, As Crônicas de Spiderwick, Os seis signos da luz... Enfim, decepções. De fato, além da série Potter, as únicas filmagens a dar certo, foram: a trilogia de O senhor dos Aneis (até porque, o que o Peter Jackson fez naqueles filmes! Escrotássos!), As crônicas de Narnia ( Que além de ter um grande público de fans, teve uma singela ajuda da Disney) e a Saga Crepúsculo (Bom este, não sei dizer porque faz sucesso). Bom e o que dizer sobre as adaptações no livro, para as filmagens de Harry Potter? Uma questão extremamente polêmica. Muitos devem ter saido furiosos do cinema, com a estreia do Cálice de Fogo, que conseguiu tirar no filme, quase tudo de bom que tinha no livro! Sem copa mundial de quadribol, diminuição das provas do torneio tribruxo... Um dos melhores livros, foi filmado quase que apenas para mostrar o retorno do Voldemort. Realmente, a questão dos cortes dos acontecimentos nos filmes, foi algo que perdeu muito na conjultura da obra. Quero dizer, que para os fans que acompanharam a série nos livros, o corte de acontecimentos não impediu de compreenderem os filmes. Por outro lado, os que assistiram apenas os filmes conseguiram pegar o desfecho todo? No príncipe mestíço, praticamente nada do passado do Voldemort foi revelado (no filme), apenas a questão das Horcruxes, assim ficou uma questão muito vaga... Isso fez com que mais tarde, as horcruxes não fossem nada de mais. Não houve nenhuma menção, nos filmes, sobre as horcruxes serem especiais, como o medalhão, a taça. e a diadema. Além disto, muitos personagens foram ignorados nas filmagens, como a Tonks. Pelo menos eu, achei isso um pouco decepcionante. Agora acho que o ápice de tudo, foi no último filme, a cena das memórias do Snape! Nossa o que aquela parte esclarecia na série era surreal! Nas filmagens, muito, mais muito pouco foi mostrado. Assim como o passado do Dumbledore, que eles literalmente ignoraram. No fundo ficou uma história bem pouco explicada...Por outro lado, a questão cinematográfica também merece seu mérito. Meu amigo, a batalha de Hogwarts ficou foda pra caralho! Muito bom! Muito mais épico que no livro, ao meu ver. E as centenas de dementadores no Prisioneiro de Azkabam? A luta contra o basilísco? E a morte do Dobby? Cenas geniais! Querendo ou não, os filmes trouxeram muito do universo mágico, embora sem dúvida, poderiam ter apresentado mais.
Vale a pena falar também sobre os atores. Foi muito bacana acompanhar eles desde moleques até os dias de hoje. Trouxe um ar de veracidade na história. Do mesmo modo, acompanhá-los nos filmes, mostrou como o Rupert Grint era disparado o melhor dos protagonistas (Rony) desde pirralho. A Emma Watson (Hermione) tinha horas muito fracas de interpretação e o Daniel Radcliffe (harry)... Nem se fala! O rei dos beijos frouxos, da cara de bunda e da falta de interpretação. Tirando a cena da morte do Dobby e do Dumbledore, o bicho ruim!
Mas enfim, o mundo que a J. K. Rowling criou vai ficar marcado nos tempos. Foi algo de uma perfeição! Desde a incrementação de várias lendas, adaptações (Por exemplo, muito melhor vampiros meio burros, do que os fazerem brilharem na luz do sol) e criações particulares para o mundo dos bruxos.Bicho, a invenção do Quadribol foi genial! Assim como os feitiços, que tiveram raízes em expressões latinas, hebráicas ou aramáicas. Destaca-se também o modo como a autora deixa estruturado a questão dos bruxos e dos trouxas. No livro fica bem evidente que ambos conviviam juntos no inicio dos tempos, até acontecer a inquisição, culminando na separação dos mundos, mas que mesmo assim ainda se misturam. A parte do livro(que aliás os filmes não mostraram) do Ministro da Magia aparecer na lareira do Primeiro Ministro britânico, para falar sobre o perigo do Sirius Black e do Voldemort, era muito boa! So imaginava a Margater Thatcher dizendo : " Que porra é essa?"
Inquestionável que Harry Potter vai ficar marcado na nossa geração, para os que gostam ou não, e com certeza garantiu seu lugar entre as grandes histórias. O frio na barriga de assistir algum filme, porém, não teremos mais o prazer de ter. Vai ser difícil aparecer algo tão bom, rico e de fácil compreensão assim para fissurar a cabeça das pessoas, ou até, torná-las fanáticas.

Vox populi vox dei


Sem absolutamente qualquer controvérsia, esta nação pode ser encarada como uma nação de contrastes. Entretanto, tirando a análise social da questão, quando se parte aos poderes do Estado, estes contrastes se expõem de modo visível. Ao presenciar a atividade dos diversos órgãos de poder, ao mesmo tempo que se pode achar inspiração e vislumbre, se encontra uma antagônica decepção. Tal fato, não foge a regra, sobretudo, ao Poder Judiciário.

Planaltina - Distrito Federal, 24 de Maio de 2011.
Em plena terça-feira, ocorreu um Tribunal do Júri. Sabia? Pois bem, um julgamento aconteceu no decorrer da tarde de ontem, aberto ao público e eu, assim como diversas outras pessoas, estava lá. Contudo, não estava sozinho. Encontrava-me acompanhado de uma singela moça, mais baixa que eu, embora não assuma isso, de cabelos morenos, olhos de jabuticaba, um ingênuo sorriso, vestida de modo muito elegante e com um perfume da Carmem Steffens que me deixa louco! Uma moça a qual gosto de usar uma forma de tratamento bastante particular. Perceba caro leitor, que não estava mal acompanhado.

Ao chegarmos no fórum de Planaltina, nos deparamos exatamente com uma das primeiras situações inconvenientes: O Judiciário, de modo geral, tem estimulado muito a participação popular nos julgamentos e no próprio dia a dia da justiça. Deste modo, haviam muitos curiosos na plateia e muitos estudantes de Direito para assistir ao julgamento (Perceba que quando digo muitos quero dizer MUITOS MESMO). Ao chegar no tribunal do Júri as 14:00 Hrs as cadeiras já estavam completamente ocupadas. A não ser, por algumas que ocupavam na verdade bolsas da Louis Vuitton e similares com intuito de guardar o lugar. Literalmente, algo babaca de se ver. Vai tomar vergonha na cara! Vir guardar lugar no fórum? Essa falta de educação deixou muitas pessoas de pé durante um bom tempo. Mas enfim, após todos se acomodarem, do modo possível na plateia, deu- se inicio ao caso.

O julgamento pelo tribunal do júri é algo particular na justiça brasileira, ocorrendo apenas nos casos especiais de crimes contra a vida. Uma gama curta de delitos tipificados no Código Penal brasileiro. Entra na sala o Excelentíssimo juiz de Direito, o Promotor de Justiça, os dois réus e o advogado de ambos. Deu-se a leitura dos autos. O caso seria julgado com base no artigo 121 do CP. Neste momento, não havia mais dúvida. A norma de conduta mais famosa de todas: Matar alguém. O julgamento seria por crime de homicídio.

Encerrando a leitura dos autos, iniciou-se o processo de formação do corpo de jurados. "Fulano da Silva". "Aceito". "Aceito". "Beutrano de Sousa". "Aceito". "Recuso". " Recusado pelo Ministério Público". "Ciclano Pereira". "Aceito". "Recuso". "Recusado pelo Ministério Público"... Formou-se o Júri com sete jurados.

Na primeira parte do julgamento, tem inicio o interrogatório às testemunhas, assim como dos réus. Foram quatro testemunhas no total e junto com o depoimento dos acusados formaram a situação do crime. Interessante foi ver que os depoimentos das testemunhas batiam certinho, apenas uma delas ficou confusa, falou questões na base do "achismo" e não se recordou de muita parte, nem mesmo de certas coisas que a própria disse à delegacia de policia há cinco anos atrás.

No dia de aniversário de umas da testemunhas (Joana pra facilitar), seus amigos e parentes resolveram promover uma festa particular na casa dela própria. Entre os convidados e organizadores estavam os réus (Pedro e João). No decorrer da comemoração, houve um atrito entre Pedro e o irmão de Joana, Marcos. De acordo com os altos, teria Marcos chamado Pedro de "Bombado Boiola" diversas vezes. Com a intenção de irritá-lo e ofende-lo. O que de fato ocorreu. Pedro foi tirar satisfação com Marcos, dizendo que ele não tinha amizade nenhuma com ele, que ele não tinha intimidade de fazer esse tipo de brincadeira e que ele não deveria falar mais aquilo. Marcos, por sua vez retrucou ameaçando Pedro, dizendo que ele havia mexido com um malandro e que agora ele iria ver. E saiu apressado pra fora de vista. Pedro então, sentindo o clima pesar chegou pro seu amigo João e disse: " Bora João, deu pra nois. Vai dá merda aqui. Vamo Bora!". Ao entrarem no carro de João, Joana, sua irmã Maria (outra das testemunhas)e Luzia (irmã de Pedro) que presenciaram a discussão, foram ao encontro dos dois e disseram pra não irem embora porque foram eles que organizaram a festa e sem eles ela ia acabar. Disse que o irmão delas estava bêbado e que não sabia o que falava. Pedro então retrucou dizendo que Marcos o ameaçou e parecia ter ido buscar uma arma. As irmãs negaram, disseram que Marcos era muito encrenqueiro mais jamais faria isso, porque a família delas não era dessas coisas. "Ele então pode não ter uma arma, mas eu tenho!". Disse Pedro mostrando um revólver(que de acordo com seu depoimento não era registrado. Não tendo, portanto, porte legal de arma de fogo). Neste exato momento, Marco aparece de surpresa correndo de trás das irmãs e surpreende a todos. Tenta atacar Pedro com uma faca (tipo peixeira), mas acerta Luzia com uma punhalada que lhe corta o braço de raspão. Imediatamente, Pedro empurra sua irmã pra longe da briga, o que faz Marcos lhe acertar uma facada na perna. Intuitivamente Pedro atira no ombro de Marcos que, contudo, ainda avança pra cima do mesmo. Um segundo tiro e disparado na perna de Marcos que cai de joelhos. Um terceiro tiro e disparado a cegas e Marcos cai no chão. Desesperado e no calor da ação, Pedro grita pra João : "Vaza, vaza, vaza!" e João arranca o carro, que passa sobre as pernas de Marcos, fugindo do local do crime.

Assim, estava desenhado tudo que seria julgado, do mesmo modo, as acusações aos réus. Homicídio, por parte de Pedro e auxílio e cumplicidade por João.

Terminado o inquérito às testemunhas, abriu-se a sessão de debate das partes. Foi algo interessantíssimo de presenciar! Ambas, a acusação e a defesa, foram brilhantes na sua argumentação. É muito bacana ver a atuação do Estado, sem o grande enfoque da mídia e sem privilégio as partes. Foi uma chuva de princípios penais e da doutrina de modo geral, princípio da legítima defesa, porte ilegal de arma de fogo, abolitio criminis, homicídio privilegiado... Querendo ou não, foi vislumbrante ver a ação das partes, o quanto elas estavam se empenhando na sua argumentação e o tom de seriedade e colocavam em suas palavras. O Promotor de Justiça se destacou muito pela forma em que conseguiu redesenhar os fatos, formulando a situação não como uma legítima defesa, mas como um duelo já pré-estabelecido pelos dois. Criticou o uso de arma de fogo de porte ilícito, zombou do motivo fútil para um acontecimento trágico. Cobrou do réu um atitude mais racional. Fez perguntas retóricas aos presentes como: "Quem nunca na vida foi xingado de viado?", "Quem nunca presenciou um bêbado falando bobagem e relevou?". Além disso, tentando montar uma imagem de sensato e honesto, reconheceu o erro da vítima e concordou com a defesa, sobre a inocência do réu João. Fechando com uma cartada de mestre, usou o apelo emocional para convercer os jurados se achariam normal a absolvição completa do réu. Disse que fazendo isso, iriam estar concordando em achar comum um convidado ir armado a sua festa e matar seu próprio irmão.

Após o juiz suspender a sessão por dez minutos, o clima no tribunal era bastante enérgico, as pessoas não paravam de comentar sobre o possível veredito. Ambas as partes haviam proporcionado um ar de indecisão. Embora a acusão tenha se saido bem, o advogado dos réus usou muitos argumentos da doutrina e bom-senso. Afirmou o quanto e delicado uma situação como a presenciada pelos réus, o quanto é difícil agir com extrema racionalidade, quando alguem lhe ameaça com uma faca e o quanto é subjetivo o ferimento moral das pessoas. Conclusão, todos na sala estavam discutindo sobre o caso. Minha própria namorada a Ste ao meu lado disse pra mim: " Nossa, to me sentindo naquele seriado Law and Order".

Contudo, embora o julgamento estivesse interessante, até aquele ponto, não pude deixar de notar várias coisas contrastantes e, de certo modo, revoltantes, que me levaram a escrever este post. Primeiramente, pensei o quanto devia estar sendo desconfortável pro réu ao ver as pessoas, que nunca tivera contato algum, falarem sobre a sua vida e o julgando na sua frente. Para piorar a situação, como o tribunal do Júri estava muito cheio, foram improvisados acentos de última hora. Vários foram colocados na parte superior da sala(Local onde acontece o julgamento propriamente dito e onde não pode estar alguém da platéia), fazendo com que as pessoas estivessem sentadas praticamente do lado do banco dos réus e da defesa. Foi um desrespeito total aos acusados. Destaca-se também, que além da sala estar lotada e muitas pessoas estarem amoltoadas e sentadas na área de julgamento, muitas estavam comendo e deixando lixo no Tribunal. Sabe foi uma cena feia, de descaso. Posso estar sendo muito metódico, mas entende? Você se encontra em um ambiente que, querendo ou não, representa o Estado. Vai ficar jogando pacote de biscoito no chão? Copo descartável no chão? Qual é ...

Ao ser retomada a sessão, iniciou-se a réplica das partes. Desta vez, muito diferente do que ocorrido no começo do julgamento, as réplicas se tornaram ociosas e apelativas. Era evidente que haviam se esgotado os argumentos da defesa e da acusação. Foram duas horas literalmente "enchendo linguiça". O Promotor de Justiça agora enfatizava que o réu teria executado a vítima a queima-roupa e apelou para questões religiosas: "Quais são os fundamentos da igreja? Não é amar ao próximo acima de tudo? Pois é, ele não amou!". Foi algo desnecessário e anti-ético, ao meu ver. Segundo, quero ver você amar alguém com uma peixeira na mão indo de matar! O que o réu devia fazer? Virar a face e dizer:" Acerta aqui!"?
Não foi diferente com a defesa, o advogado não sustentava mais argumentação de legítima defesa. Não explicava questões cruciais, como o terceiro tiro que, segundo laudo do IML teria entrado pelas costas da vítima. Não esclareceu se teriam passado por cima das pernas do vítima ou não.(Algo que achei estranho, uma vez que a perícia poderia detectar se o cadáver foi atropelado ou não). No final das contas, percebendo que perdia apoio na tese de legítima defesa, mudou de estratégia sutilmente e sugeriu a condenação de homicídio privilegiado, que reduziria bastante a pena do réu.

Entretanto, o que deixou pior a segunda parte do julgamento, não foi a ociosidade do debate. Pode-se perceber no decorrer do julgamento, que as partes eram amigas. Na réplica de ambos, começaram a brincar e a provocar ambos de forma um tanto imatura. " A arma branca como disse uma das testemunhas era de 30cm"!(gesticulando o medida da faca)."A perdão Dr. Promotor, não vou fazer mais estes gestos para não atiçar o senhor". Pertinência do comentário? Pois é...

Os jurados então foram se retirar à sala especial para decidir o veredito. O excelentíssimo juiz suspendeu mais uma vez a sessão e então tudo virou uma farofada! Já eram 18 horas da tarde. Todo mundo tava cansado, mas teve gente que deitou mesmo, gritava... O ápice de tudo ocorreu, quando o Promotor de Justiça tentou acertar uma bolinha de papel na lixeira, errando e acertando o microfone causando microfonia. Enquanto isso o advogado tava conversando com algumas pessoas procurando saber como se usava um IPAD e os pobres dos réus lá sentados. Quem não tinha nada mais o que fazer arranjava e eu tava indignado e conversando com a Stephanie sobre como aquilo tá uma farofada. "Nossa se algum dia eu for juíza a primeira coisa que eu ia fazer era bater o martelo e dizer que eu prezo pela ordem e a educação, obrigada!" Disse ela.

O juiz voltou a sala. Imediatamente todos se calaram. "todos de pé!" Ordenou ele. o júri retornou. Foi lido o veredito: culpado. Para o segundo réu, a sentença foi absolvição. Cabia neste momento ao magistrado determinar a pena. Usando tudo que foi abordado no julgamento, a condenação foi de homicídio privilegiado, ou seja, de acordo com o art 121,§1ºdo CP(Código Penal), se o agente cometer o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. E como o homicídio ocorreu sem nenhuma agravante ou qualificadora, a pena deveria ser fixada entre 6 a 20 anos de reclusão. Usando uma interpretação bastante maleável, o juiz condenou o réu Pedro a 6 anos de reclusão, como a diminuição de um terço em regime aberto. Ou seja, 4 anos de regime aberto.

Então caro leitor, qual a sensação? Justo? Injusto? Foi possível fazer alguma análise dos fatos apenas pelo que narrei? Bom se foi justo ou injusto achei muito difícil dizer, em dúvida fiquei o julgamento inteiro, a legitima defesa ainda me pareceu existir. Assim sendo, como dizem os romanos: in dubio pro reo. Ao terminar o julgamento, entretanto isso não foi o que mais me fez pensar. a inrrelevância do decorrer do julgamento me deixou transtornado. O descaso da demora. Cinco anos depois do fato, ocorre o julgamento! Não foi nada além de um reflexo da sociedade brasileira. Imatura eu diria. Alienada.

A noiva de Perdizes

Eis que somos transportados para a região sudeste de um país tropical sul-americano de exclusivas características. Dirigindo-se ao estado mais rico da união. Aproximando-se da Zona Oeste de sua capital administrativa, em meio a um emaranhado de prédios, automóveis, buzinas e pedestres, encontra-se o bairro de Perdizes. E exatamente lá, caminhando pela rua Turiassú, estava ela.

Caminhando a passos firmes, porém leves, usava um salto alto 10 cm que acabara de comprar, pois não conseguiu resistir 5 minutos ao olhá-los na sacola da loja. E enquanto andava, não havia um olhar na calçada o qual não despertá-se. Era sem dúvida uma linda mulher! O que se deixava transparecer muito bem em seu rosto de exatos trinta anos completos, que para os especialistas( entende-se apaixonados pelo sexo feminino), é a melhor idade da mulher. Possuia longos cabelos morenos e uns olhos verdes. Daqueles que quem possui alma literária, poderia denominá-los olhos de ressaca. Usava uma roupa social com uma saia abaixo dos joelhos que lhe proporcionavam um ar de importância. E um pequeno anel áureo no dedo anelar de sua mão direita o qual mal conseguia tirar os olhos quase todos os dias.

Acabara de cruzar a Av. Pompeia e agora que estava perto de casa começava a elaborar os seus compromissos com o resto do dia. Havia passado no shopping Bourbon, com a intenção de comprar uma roupa nova para a ocasião que lhe aguardava naquele final de semana. E residindo a um cruzamento de duas ruas de um enorme shopping paulistano, optou por ir a pé. Sorriu para a guarita posta em frente ao seu edifício, entrara. Oitavo andar, finalmente chegara de volta.

Ao entrar em seu apartamento, realizou uma cena que nós brasileiros não poderíamos encarar como habitual. Jogou as sacolas de compras no sofá da sala de estar e de imediato, apertou o botão da secretária eletrônica de seu telefone, enquanto se dirigia ao espelho da suite. Foi então ai que ouviu o primeiro recado: " Boa tarde meu bem. Estou ligando pra dizer que tá tudo combinado. Essa nossa ideia de marcar um casamento assim de surpresa realmente surpreendeu a todos. Minha mãe disse estar super ansiosa com o jantar neste domingo. Ah sim não posso esquecer. Gostaria de me encontrar com você hoje. Que tal um jantar esta noite? No Spot? As nove horas? Espero sua ligação. Um beijo"
Ao terminar de ouvir o recado, o sorriso nos lábios dela era algo entre malicioso e irônico. Sabia que sua futura sogra jamais estaria empolgada. Que as poucas vezes em que se encontraram, enquanto ainda era apenas namorada de seu filho, seu olhar era de reprovação extrema. E sabia que seu noivo era, de certa forma, um filinho da mamãe. A velha devia estar possessa de ódio! Mas de qualquer modo, aquilo não a preocupava naquele exato momento. Saiu de seu quarto e foi a cozinha pegar um copo d'agua. Aquele apartamento era, sem dúvida, exageradamente grande para uma pessoa só. Mas ela nem se importava com isto. Tinha na verdade orgulho do mesmo. Conseguiu aquele imóvel com dinheiro do próprio trabalho e aquilo era seu maior troféu. Precisava se arrumar. Pegou o telefone e discou um número de cabeça. O relógio marcava exatas seis horas da tarde.

Foi um demorado processo até que se sentisse adequada para poder se sair de casa. Nada mais que duas horas de roupas jogadas em cima da cama e um ligeiro stress. Agora se encontrava de frente a um comprido espelho. Olhando-se de perfil e acariciando a roupa com as duas mãos, como se procura-se algum defeito. Diferente mente de seu noivo e colegas de trabalho, nossa noiva de perdizes não era paulista. Não falava sussa, não pronunciava [nâão] pelo nariz e nem chamava semáforo de farol. Naturalizada de Minas Gerais, veio para São Paulo para iniciar seus estudos universitários e fatalmente, foi construindo sua vida profissional pelos caminhos que a cidade ofereceu. Sempre tentava voltar, quando podia, para Uberaba, mas já havia muitos anos que morava sozinha na metrópole que estava. Morando tantos anos na capital paulista, jamais perdeu suas raízes. Embora, seu sotaque já tivesse perdido a força depois de tantos anos. Ainda sim, conservava em sua fala um ar sutilmente ingênuo e gostoso de se ouvir típico, que deixa muitos homens loucos. Assim como a beleza que sua terra natal lhe deu de presente. Fato que se pode afirmar de alto e bom som: Que homem não gosta de uma mineirinha?

Oito e meia da noite marcava o relógio e já estava de saída. Pegou o interfone e disse, quase imediatamente:

- Boa noite, você poderia tirar o meu carro. Apartamento 81? Obrigada

Pois é claro, uma ida até Cerqueira César, não poderia ser feita gastando a sola de um salto alto. Desceu enfim até a garagem e lá estava a sua espera seu Mini Cooper preto de teto branco que ela julgava ser a coisa mais bela do mundo. Seguiu estrada fora até o restaurante.

Passando pelas ruas iluminadas de seu bairro, começou a refletir sozinha, em meio a uma restrospectiva, como Perdizes tinha se tornando uma referência de localização desde que ela começou a morar na cidade. Assim que iniciou seus estudos de comunicação social na Pontíficia Universidade Católica jamais abandonara aquele bairro. Claro que não havia comparação entre o apartamento onde ela morava ao iniciar seus estudos, bem próximo a universidade e onde ela agora residia.

Entrando agora próximo a Zona Sul da cidade, decidiu entrar pela Av. Paulista. Naquela noite, estava exclusivamente mais bela. havia se esquecido da época festiva que se aproximava e as luzes e decorações de natal da avenida a fizeram sentir uma gratificação muito grande. Era 8 de Dezembro e toda a Paulista parecia estar pronta para o Natal. Era algo bonito de se ver. Todos os prédios iluminados, árvores, canções em cada poste e até a palco do reveillon estava a caráter. Tomou a esquerda e desceu pela Ministro Rocha Azevedo. Avistou o local. Deixou o carro no valet e desceu. Chegara




(continua...)

As lembranças são o bom da vida

Estreando este ano de 2011, volto aqui para trazer ao leitor algumas recordações e uma questão para debater. Começando com a pergunta, primeiro vou usar a minha família como exemplo. Sendo o filho mais velho, tenho um irmão e uma irmã menores. Respectivamente, doze e dez anos. Eles estão exatamente naquela fase de criança/pré-adolecência, a qual se acham os adultos, os sabe-tudos, os fodões, mas que não verdade são merda nenhuma ainda. É bem verdade isso. Nós também eramos assim. Algumas pessoas ainda conseguiam ser insuportáveis nesta época. Pois bem, analisando o comportamento dos meus irmãos nesta idade eu fico me perguntando: Essa pirralhada de hoje em dia não tem uma infância muito estranha? Com esses avanços na computação e na comunicação as coisas mudaram bastante. Porra, quando eu tinha 10 anos eu brincava na rua, não vejo minha irmã fazendo isso. Na verdade minha irmã chega a ter uma comunidade no Orkut intitulada: "As top gatas do 6º ano". É de morrer de rir não? É por isso que eu não trocaria minha infância nos anos 90 por nada! Você que também as teve nesta época, vai dizer se não era muito melhor? Em homenagem a ela, resolvi fazer uma pequena retrospectiva sobre as coisas que marcaram a nossa infância no final do século XX.

Walt Disney Pictures
Nossa! Isso era a cara da infância dos anos 90! Fitas de vídeo VHS da Disney. Quem não as tinha ? As animações da Disney eram boas demais! Consagraram famosas frases como: "Eu riu na cara do perigo!", "Cruela Cruel, é mais traçoeira que uma cascável!"," Ao infinito e além!", "Beije a moça!" "Não, não. Ele tem toda a razão", "Sua liberdade está quase no fim. Domado está o Leão!" e muitas outras. Eram filmes fantásticos e todos tinha a sua seleção favorita. Eu mesmo, gostava muito do Rei Leão, Alladin e Um Ratinho Detetive (paráfrase ao Sherlock Homes), mas o meu preferido acredito não ser o favorito de ninguém. Eu me amarrava em Bernando e Bianca. Eu achava muito legal a fato deles serem agentes de paz da ONU e irem numa missão de regaste (Sente só que perturbado o moleque de 8 anos já se interesando por essas coisas!). Não se pode esqueçer também das memoráveis cenas climax das animações. Eu nunca gostava de ver a cena da morte do Mufasa em O Rei Leão e morria de medo da cena da princessa Aurora da Bela Adormecida indo espetar o dedo na roca. Mas porra, vai dizer que aquela parte do filme não era do mau?

Super Mario 64
É bem verdade, que muitos tiveram a infância marcada pela famosa plataforma da Sony, o "PlayStation". Contudo, aos fãs da Nintendo e ainda para os que realmente jogaram video-game nesta época, não existe e nunca existirá jogo melhor do que o Super Mario 64. Programado como um dos lançamentos para o então novo console da Nintendo, o "nintendo 64", Super Mario 64 é um clássico! Nossa como eu perdi tardes e noites jogando este jogo. Foi um dos primeiros jogos de video-game do mundo em três dimensões. Era animal! A jogabilidade era muito fera. Ter que conquistar as 120 estrelas espalhadas pelo castelo da princessa Peach em várias fases com diversos planos de fundo. Sem falar que tudo isso com um conhecimento mínimo da língua inglesa que possuíamos na época. O que deixava o jogo bem mais difícil. As fases que eu menos gostava eram a do relógio(Tick Tock Clock),(Tiny-Huge Island) que era aquela que se ficava grande e pequeno e tinha um peixe que te engolia e a (joly Roger Bay) que tinha um barco afundado e uma enguia dentro dele que dava um sustão! Outras coisas memoráveis, eram o boné de asas do Mario, a caça ao coelho pra ganhar uma estrela e o gráfico mal feito que fazia o Mario recuperar os danos quando ele mergulhava na água. Lembra disso?

Dragon Ball Z
"Oi eu sou Goku!" Essa é a chamada mais famosa, na minha opinião, de todos os desenhos animados até hoje. Um dos top 5 desenhos do Cartoon Network. Originalmente, a primeira temporada era chamada apenas "Dragon Ball", mas foi a Segunda temporada a Z que fez enorme sucesso. E era grande essa ai! Tinha uma história bem desenvolvida e era interminável. Eu nunca consegui acompanha-lá certinho. Sempre dava uns cortes na história. Agora era fato que sempre ao assitir Dragon Ball Z ou passava o Goku lutando contra o Friza ou contra o Majin Boo. Sempre! Era marca do desenho também o Vegeta chamando o Goku de Cacaroto, as esferas do Dragão, que só serviam pra ressuscitar ele e as habilidades fodasticas que iam sempre se superando no decorrer da série. Começou com o Kameramera, depois veio a Genki Dama, Super Sayan, Fusão e por ai foi. Um dos desenhos com melhor história até hoje e concerteza foi acompanhado por muitos na infância

The Legend of Zelda: Ocarina of time
Sem dúvida, os anos do Nintendo 64 foram os melhores da Nintendo. Eram jogos geniais um atrás do outro que se tornaram referência! Me pergunto como eles conseguiram fazer um jogo tão bom com uma tecnologia tão obsoleta(lembre-se que os jogos N64 eram de cartucho ainda). Ocarina of time tinha uma história incrível e uma jogabilidade surreal, com diversas coisas que se podia fazer e mais ainda que se tinha de fazer. Para completar o jogo na sua totalidade demorava-se meses! A história sobre a triforce, os diversos povos do reino de Hyrule e a capacidade de jogar como se realmente estivesse vivendo a vida do personagem fazia deste um jogo impar. Sem falar que tinha características marcantes como a possibilidade de ir sete anos no futuro e ver como a vida dos personages do jogo mudou e todo o cenário, de poder tocar músicas na ocarina, a possibilidade de cavalgar a égua epona e de encarar as dificuldades das diversas dungeons do jogo. Marcou minha infância. Era um jogão!

Tamagoshi
Disto não tinha como não falar! Que mania virou o Tamagoshi! Uma vez na vida alguém já teve um e levava direto pra escola, os escondendo de baixo da mesa. E agora parando para analisar, era a coisa mais inútil do mundo! Não é a toa que eles duravam no máximo um mês nas nossas mãos e depois enchia o saco e deixavamos eles "morrem de fome". A não ser alguns que levavam a brincadeira a serio, davam nome para eles e os cuidavam até ficarem adultos. O quê não era o meu caso, o meu sempre tirava F na escola e morria de fome depois de um tempo.

Pokémon
Sem brincadeira, pra mim, pokémon era o melhor desenho animado do universo! Como era boa essa série. Eu era viciado. Sem noção, viciado mesmo! Eu tinha tudo do pokémon. Eu lembro do meu aniversário de 8 anos que eu fiz uma festa do Pokémon e eu tava fantasiado de Ash! Haha! Bons tempos. Realmente, pokémon(abreviação de pocket monsters) tinha uma história muito criativa e algumas características que consagraram seu sucesso. As enfermeiras Joy e as policias Jenny que eram sempre iguais, a equipe Rocket com sua entradinha clássica, o Brock dando em cima de todas as meninas do desenho e as batalhas pokémon. Acompanhei a primeira temporada inteira e metade da segunda. Dos pokémons, gostava muito das evoluções do Evee. Vale a pena relembrar o grande mistério pra saber quem era o pai do Ash.Eu ainda acho até hoje que é o lider de ginásio de Veridian o Chefe da equipe Rocket, mas já não sei nem se isso já foi respondido. Afinal, foram tantas temporadas.

Tazo da Elma Chips
Foi uma verdadeira febre no Brasil no final da década de 90! Quem não se lembra dos tazos? Impressionante como um disquinho com figuras estampadas era tão legal. Na verdade, os tazos eram usados para inúmeros fins menos coleção! Eu lembro que no começo tinha uma arminha de atirar tazos, depois veio aquela mão de geleca(sei lá o que era aquilo), que grudava neles e no final, veio os tazos que se montavam em peões.Eram também de diferentes tipos. Tinha os tazos comuns, os reflexivos(aqueles que formavam duas imagens dependendo da posição que se olhava e faziam um barulho iritante quando se riscava a unha neles), os que se encaixavam, os metalizados e os "raros" que eram brilhantes. Sobre as estampas eu me lembro que no início eram dos looney toons e quando explodiu a mania entraram os de pokémons que duraram muito tempo.Segui-se depois Digimon e Liga da justiça. Não preciso nem dizer qual era o melhor né? Alías, os tazos de Pokémons ainda eram mais legais porquê no verso existia as habilidades deles, para você batalhar com os amigos! Era show! Todo mundo tinha. Eu me lembro de ter uma disputa de tazos pokémon no Programa da Eliana! Programa este além de tudo que também foi marca da infância desta época.

Chaves
Uma das melhores carta na manga do SBT,a série Chaves também foi acompanhada por uma galera. Eu particularmente, não era muito fã dela não, menos ainda do Chapolin Colorado, mas assisti até bastante ambas. Odiava a Chiquinha. Achava ela insuportavelmente chata! Aos fãns da série, existem episódios que ficaram marcados. Como uma sequência onde toda a turma viaja pra fora da vila, a bola quadrada do Quico, o episódio em que Dona Florinda briga com o Profº Girafales e o show de taletos. Foi uma série que mostrou que esta simpatia que o SBT tem de trazer programas mexicanos para TV aberta brasiliera podia dar certo. Coisa que fatalmente não vingaria atualmente.

Magic The Gathering & Yu-Gi-Oh Trading Card Game
Esses dois ai viraram vício! Foram os jogos de estampas ilustradas que fizeram mais sucesso. Embora, ainda existisse alguns que jogavam além deste, Pokémon Trading Card Game. Como o autor deste post. Eu ainda era pior. Tenho até hoje vários decks de Lord of the Rings Trading Card game. Você sabia que existia?. O grande lance do Magic era realmente a melhor possibilidade de estratégica, enquanto Yu-Gi-Oh tinha o desenho animado para lhe dar força. Principalmente por isto, jogar Yu-Gi-Oh era um tanto tosco, dependendo da empolgação da pessoa. Galera gritava as jogadas, atacava e fazia onomatopéias "Bum!","vash!","Shshhs!" e quando começava a perder falavam: "Tenho que acreditar no coração das cartas!". Agora o melhor, pra mim, era os efeitos que eu dava para as cartas(que muitas vezes elas não tinham). Eu lembro existir uma carta chamada "fissure" cujo efeito era simplesmente destruir o monstro mais fraco do adversário, mas eu fazia dele uma coisa cabulosa que destruía tudo! Era divertido!

Show do Milhão
A enorme sacada do Silvio santos. Show do milhão era muito bom e deu uma boa segurada no SBT durante bom tempo. Lembro bastante daquelas noitadas caseiras com a galera toda tentando adivinhar as perguntas do programa. Se ainda existisse eu ia querer muito participar. O programa ainda proporcionou muitas risadas, decorrente da burrice de alguns participantes. Como o cara que pulou a pergunta sobre que fruta era utilizada para a produção de ameixa desidratada e a Luciana Gimenez, que "auxiliando" os participantes nas placas, respondeu que o metal utilizado para a cunhagem de moedas era o chumbo

TV Colosso
Este em especial, deixei de último de propósito. Talvez muitos não se recordam, mas aposto que os que lembraram, ao ver o nome em negrito e a imagem disseram: "Caralho! TV Colosso!. De fato, TV Colosso eu me lembro deste muito pequeno. Se bobear, deve ter sido o primeiro programa de televisão que eu assisti. Para os que não se lembram, TV colosso era um programa onde cachorros simulavam a elaboração e apresentação de um programa de TV, o qual passava desenhos animados jurássicos da nossa geração infantil como o Capitão Planeta. Capitão Planeta! Lembra desse desenho? Era super fera. O programa foi um dos clássico da Rede Globo. Quem não se lembra da Priscila a Sheep Dog?

Ao leitor

É de repente, em noites como esta, que não vejo nada melhor do que escrever nesta página. E o que dizer sobre a data? 12 de Dezembro. 12 de Dezembro! Vamos dizer aquela frase clichê : "Nossa como o ano passou voando!" Excessivamente previsível escutar alguém dizer esta frase nesta época do ano. Entretanto, fato é. Eita aninho para se passar ligeiro pelos nossos olhos. Acredito que 2010 merece ser mencionado com particularidade neste curto texto.
Honestamente, foi o ano mais agitado e transformador que posso me recordar até agora. E o Sr. caro leitor há de concordar. Lembremos nós de como eram as coisas no início deste ano. Me usando como exemplo, no início deste mesmo ano, estava eu em Fortaleza. O que era até presumível. Curtindo as minhas férias no Aqua Ville e reencontrando personalidades que, mesmo a Quilômetros de distância de onde realmente moro. Se tornaram bons amigos, tamanha era minha frequência nesta mesma cidade. Bom lembrar que, mais uma vez, apresentava a cidade a mais brasilienses e curti minha estadia, relativamente da mesma forma que as anteriores. Se concretizou assim, a minha sexta viagem seguida nas férias de verão para o Ceará. Foram tantas, que fica até complicado de dizer se houve alguma melhor que a outra. Embora algumas tivessem suas particularidades e acontecimentos mais marcantes. Se eu pudesse voltar agora aquele mesmo dia que estava eu sentado na duna de areia olhando o oceano até onde a vista alcança, sem nem imaginar o que o decorrer do ano me reservaria, riria de mim mesmo.
Sinto atualmente, minha cabeça tão estranhamente diferente da mesma no começo do ano. E percebo que todos sentem o mesmo. Foram tantas coisas esse ano: cursinho, faculdade, São Paulo, distância, pessoas novas, saudades. Há de se ficar um tanto louco. Ainda mais para alguém como eu, que se sente muito mais a vontade pensando sobre as coisas do que espairecendo como outro. Ou vai dizer que nunca percebeu que costumo escutar muito mais os outros à falar sobre minha própria vida.
Exatamente por isto, é que também posso falar que a mentalidade de muitos que conheço mudou perceptivamente. Mesmo aqui, nesta terra tupiniquim das bandeiras portuguesas, percebi isso, por simples conversas. algumas destas mudanças, foram de um súbito, que me surpreenderam muito! Enquanto outras foram bem gradativas. E eu aqui, só ouvindo aquela frase: " Ow, não conta nada disso pra ninguém!"
E agora vejam só. Nos encontramos aqui a duas semanas da véspera de Natal. É de se estranhar. Poderia Classificar 2010 facilmente como um divisor de águas. Um ano desde a conclusão do ensino médio. E parem de ser hipócritas. Todos nós sentimos uma certa nostalgia ao lembrar dos últimos anos. Sem excessão. Era bom. Foi muito bom!
Acho interessante, que mesmo em meio de tantas mudanças, existe um lado que tenta manter tradições. E agora, falo exclusivamente do amigo oculto, o qual faço com meus amigos desde a 8ª Série do Ensino Fundamental e vem se mantendo até hoje. A cada ano, inclusive como novos integrantes. Como já havia dito no último deles. Começou com uma dúzia de pessoas. Hoje já passou dos vinte! Bom eu tô desde a formação original! Haha. E digo desde já, se depender de mim, vamos continuar a fazer esses encontros sempre. E de preferência, os dois sorteios! Porque, é sempre assim. O pessoal começa a excluir algumas pequenas coisas e no final, a própria ocasião deixa de existir. Manter as tradições, as vezes, é muito bacana. Como o próprio Natal. Pra ser sincero, me amarro neste período de fim de ano. Pena que os dois, tanto o Natal como o Reveillon, tem perdido seu significado e real intenção durante o passar dos anos. De qualquer forma, continuo a ser o besta que manda mensagens pelo celular a todos os meus amigos nestes dois dias.
Enfim, ai está caro leitor. este ano foi marcado por muitos acontecimentos. Obrigado por ter acompanhado tudo até aqui. neste próximo ano, "Contos de uma vida cotidiana" continuará vivo, tentando mostrar um pouco mais sobre o autor que aqui vos fala. Enquanto eu tiver a quem escrever, refletir comigo mesmo ou paciência para ambos.


Um feliz Natal e próspero ano novo!!!


Leonardo Bicalho de Mendonça

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